Tendência é um termo utilizado para descrever a flutuação da cotação num determinado período para um determinado sentido. O conceito de tendência representa um dos instrumentos mais importantes e traduz o princípio básico da AT, isto é, todo o estudo realizado na AT tem como finalidade determinar qual é a evolução futura da cotação.
Através do estudo dos gráficos, obtidos a partir de uma série de cotações históricas e dos seus volumes de transacções, é possível traçar as linhas de tendência. Linha de tendência é uma“Linha que, num gráfico de cotações, une dois máximos (linha de tendência ascendente) ou dois mínimos (linha de tendência descendente).
Uma quebra da mesma indica uma mudança de tendência de mercado, para outra direcção. A tendência tem como pressuposto a permanência da cotação numa determinada direcção durante um período de tempo, podendo apresentar-se em três tipologias:
• tendência de alta – é um segmento recta que une, pelo menos, dois mínimos no sentido ascendente. Esta linha evidencia uma tendência bullish;
• tendência de baixa – é um segmento de recta que une, pelo menos, dois máximos no sentido descendente. Esta linha evidencia uma tendência bearish;
• tendência lateral ou indefinida.
Tendo em conta a escala temporal, a tendência ainda pode dividir-se em três espécies:
1. tendência primária – é a mais importante, reflecte a tendência de longo prazo;
2. tendência secundária – os movimentos da tendência primária por vezes são interrompidos por oscilações em direcção oposta que reflectem reacções ou correcções (aos movimentos primários) para recuperar forças com vista a prosseguir a tendência primária;
3. tendência terciária – dentro da tendência secundária existe a tendência terciária que reflecte as oscilações diárias.
Por sua vez, a própria tendência apresenta três fases:
• a primeira fase – é a fase de acumulação, em que os investidores mais perspicazes começam a comprar a partir do momento em que todas as más notícias foram descontadas;
• a segunda fase – os analistas começam a entrar no mercado, sendo nesta fase que as cotações começam a subir rapidamente e que as notícias favoráveis surgem;
• a terceira fase – caracterizada por uma entrada significativa do público, com publicação de diversas notícias e com aumento do volume especulativo. Nesta fase os investidores profissionais iniciam a retirada do mercado.
- Formação de uma tendência:
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(1) acumulação (1ª fase): fase de pessimismo, onde o volume de compras sustenta a descida da cotação;
(2)movimento (2ª fase): as condições económicas melhoram, faz com que os investidores entrem no mercado com posições compradoras;
(3) Distribuição (3ª fase): as condições mantêm-se favoráveis, o volume de vendas sustenta a subida da cotação.
De acordo com o Matos (2008, p. 328) existe um conjunto de preocupações a considerar quando a linha de tendência é quebrada:
• averiguar a intensidade e/ou a durabilidade do rompimento;
• analisar em conjunto com outros indicadores técnicos de reversão, os quais funcionam como confirmação;
• atender às características da própria linha de tendência, como o número de pontos que constituem a linha, o seu comprimento e a sua inclinação, atendendo aos seguintes significados:
se a linha de tendência tiver um comprimento significativo, quando for rompida será, provavelmente, definitivo;
se a linha de tendência tiver grande declive normalmente terá uma correcção, a qual não constitui uma reversão mas, mais concretamente, um abrandamento da força da tendência.
Em síntese, quando uma linha de tendência com pouco declive é rompida significa uma suspeita nítida de reversão de tendência. As linhas de tendência de altas podem representar linhas de suporte e as linhas de tendência de baixas podem representar linhas de resistência. A importância fundamental destas linhas é saber a tendência em vigor no momento em que se pretende entrar no mercado, a fim de a seguir.
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Em conjunto com uma linha de tendência é possível traçar uma linha de retorno, a qual consiste num segmento de recta que une os extremos opostos da linha de tendência. Assim, a linha de retorno é uma linha paralela à linha de tendência que forma um canal. Esta linha
possibilita um auxílio nas projecções dos próximos níveis de resistências e suportes do movimento, sugerindo sinais de compra e de venda. Contudo, nem sempre é possível traçar uma linha de retorno.
- Gráfico com indicação da linha de retorno, linha de tendência e do canal.: